10/06/2017

Crítica do filme: 'The White King' (O Rei branco)

Dirigido pela dupla Alex Helfrecht e Jörg Tittel, The White King, baseado na obra do escritor húngaro György Dragomán é um filme extremamente complexo que aborda um novo lugar, cheio de ideologias e princípios. O projeto, exibido em alguns festivais pelo mundo tem uma pegada meio Goonies dos novos tempos, com incrementos de ficção científica em um roteiro repleto de originalidade que explora as leis criadas por uma nova sociedade cheia de regras ofensivas, de controle absoluto e sem democracia. Essa ficção científica tem um excelente trailer e isso gera o interesse mas vendo o filme percebemos claramente que falta fôlego para a trama se sustentar, principalmente pelas lacunas não respondidas o que deixa tudo muito complicado de se entender.

Na trama, conhecemos um jovem chamado Djata (Lorenzo Allchurch) que vive uma vida cheia de regras em uma nova sociedade junto com sua mãe e seu pai Peter (Ross Partridge). Certo dia, após voltarem de um piquenique seu pai, um ex-major do exército do lugar é levado para uma espécie de prisão onde traidores são colocados. Seu filho então parte em busca de respostas para encontrar seu pai e para isso contará com algumas poucas ajudas ao longo desse caminho repleta de espaços não respondidos.

Uma construção de um novo mundo? Uma irmandade com novas ideias entre conflitos e ideais de um mundo que não existe mais? Militares e seus princípios duvidosos no poder? Que diabos é aquela estátua no alto da montanha que lembra muito o seriado Lost? Diversas perguntas (sem respostas) são feitas por nós meros mortais cinéfilos que tentamos entender esse longa metragem. O arco da amizade é bem feito, adapta os laços para a sociedade nova que foi imposta cheia de risco e onde a coragem é o principal trunfo. Já o tema central, a busca pelo pai desaparecido (ou melhor dizendo escondido em uma prisão que ninguém sabe onde é) é muito rasa. Nem outros personagens aparecendo na trama, como o avô do menino, um coronel aposentado e de prestígio ajudam a gente a entender melhor o que é direito esse projeto.


Taxado como ficção científica, e realmente é, o filme navega pelo drama durante bom tempo nesse universo criado por Dragomán repleto de brutalidade ditatorial e com personagens motivados por razões humanas envolvidos nas leis do universo, o amor de uma família. Infelizmente o filme tem apenas bons momentos, talvez o livro seja melhor.