Família, família, papai, mamãe, titia. Escrito e dirigido
pelo cineasta francês Diastème, Julho
Agosto é um delicado retrato sobre a juventude e como é na realidade o
relacionamento de pais e filhos. O longa metragem, com previsão de estreia no
Brasil já na próxima semana (13), tem ótima direção o que nos coloca bem
próximos dos personagens, suas angústias e resoluções das consequências são bem
exploradas pelas lentes do diretor.
Na trama, conhecemos as irmãs Laura (Luna Lou) de 14 anos e Joséphine
(Alma Jodorowsky) de 18 anos, que precisam passar suas férias em dois tempos. A
primeira parte com sua mãe Anne (Pascale Arbillot), que acaba de saber que está
grávida, e, seu padrasto endividado, o editor Michel (Patrick Chesnais), em uma
casa linda onde curtem sempre as férias. No segundo momento, as irmãs viajam de
trem até a casa de seu pai Franck (Thierry Godard) que passa por um momento de
solidão em uma região fria e está apaixonado pela garçonete de um dos
restaurantes da região. Assim, ao longo das férias, as irmãs, cada uma com sua
visão do mundo, irão viver aventuras e conhecerem melhor o significado da
palavra família.
O dom de educar é extremamente complicado e o entender os
filhos mais ainda. Esse reflexo é aplicado na história pelos olhos da
complicada Laura, uma menina com síndrome de adulta que faz de tudo para
conquistar a atenção dos pais, do padrasto e principalmente da irmã. Já
Joséphine é uma jovem entrando na idade adulta, se envolve em um romance com um
pequeno criminoso da região, se preocupando pouco com a família e sentindo na
pela as consequências dos seus atos. O pai e a mãe das meninas possuem um
carinho eterno, tem uma cena linda onde o primeiro viaja quilômetros só para
dar um abraço na ex-companheira que agora está grávida do terceiro filho. Unidos
pelo entendimento das meninas, tentam a todo custo fazer do cotidiano delas
positivo, algo que elas levem para toda vida.
Nesse grande aulão sobre a juventude e a maneira às vezes
complicada que buscamos nos comunicar com nossos filhos, vale observar o papel
do padrasto das meninas que de sua forma mais simples tentar passar ensinamentos
e ajudar no que elas precisam. Já com a pretendente do pai, a irmã menor sente
um grande ciúme já a maior apoia. Essa gangorra de opiniões junto com a
personalidade desses personagens fascinantes transformam esse projeto em uma
pequena obra prima com foco na família.
Julho Agosto é
bem objetivo em seus 96 minutos de projeção, quase duas histórias em uma só mas
que se complementam perfeitamente. Uma história com reviravoltas e passagens
marcantes no cotidiano de uma família onde o amor reina.