13/09/2017

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Crítica do filme: 'It – A Coisa (2017)'

Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo. Baseado em um clássico homônimo de quase 1.000 páginas do genial escritor Stephen King (dizem ser o livro mais longo dele), It – A Coisa (2017) é um filme de terror com recheios de drama e aventura que conquista o espectador ao longo dos 135 minutos de projeção. Para comandar a festa dos amantes do gênero, o cineasta Andy Muschietti (do ótimo Mama) que tinha uma grande responsabilidade, vira certeza logo que acaba o filme. O projeto é uma grande jornada rumo ao mundo desconhecido e metaforizado dos medos que temos dentro de nós. It – A Coisa (2017) é o primeiro de dois (ou até três) filmes. Nesse primeiro recorte, os personagens são ainda pré adolescentes e enfrentam Pennywise. No segundo filme (que pode ser dividido em duas partes), eles já adultos vão reencontrar o monstro que sempre volta de 27 em 27 anos e assombra um lugar.

Na trama, passada em Derry, no Maine, conhecemos um grupo de amigos de escola que acabam se unindo para buscar pistas do desaparecimento misterioso do irmão de um deles. Assim, acabam descobrindo que por trás desse sumiço há um indivíduo vestido de palhaço chamado Pennywise (Bill Skarsgård), uma criatura sobrenatural que usa o medo dos outros a seu favor para cometer as mais terríveis atrocidades. Desacreditados por todos ao redor, o grupo de jovens precisam ser fortes e acreditar nas suas próprias forças para derrotar esse terrível ser.

O medo é objeto de debate nesse longa metragem que bateu recordes de bilheteria já em sua primeira semana de circuito. Analisando os personagens e como o medo é visto por cada um deles preenche lacunas psicológicas, forçando há a um amadurecimento precoce para enfrentarem o inimaginável, forças desconhecidas. A figura do Pennywise, já famoso por conta do tele filme da década de 90, é a representação das forças do mal e toda sua essência usando as fragilidades emocionais dos personagens para executar seus planos diabólicos.

A força dos personagens é algo a se analisar. Uma espécie de clube dos cinco misturado com Stranger Things (um dos atores mirins é também desse excelente seriado), esse clube dos perdedores, como são conhecidos, é o retrato de uma juventude norte americana. As cenas de bullying são a prova de disso. A união do grupo chega em forma de defesa às atrocidades sociais que sofrem por jovens da mesma idade ou um pouco mais velhos mas que frequentam a escola assim como eles. A direção é impecável, retrata muito bem a essência da história de King fazendo com que seus personagens ganhem um carisma gigante na telona.

It – A Coisa (2017) é uma certeza de ótima diversão. Não só para os amantes do gênero terror, mas todos que gostam de cinema.